Crítica: M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida
Domingo, 22 de novembro de 2020 Texto: Patrícia Piquiá
O filme de drama e suspense nacional é dirigido pelo cineasta Jeferson De (do premiado "Bróder") e é baseado no livro homônimo de Salomão Polakiewicconta.
Conta a história de um jovem negro Maurício (Juan Paiva) que ingressa como aluno cotista da Universidade Federal de Medicina. Ao chegar na instituição, é confrontado com uma dura realidade: o corpo que servirá para estudo na aula de anatomia - quase sempre de indigentes - é também negro. Impactado com a experiência, Maurício se vê envolvido com M-8, como o jovem morto é chamado, e inicia uma saga para desvendar sua identidade, enfrentando as próprias angústias e repensando o próprio lugar na sociedade.
Eu gostei muito do filme, a forma como as questões de preconceito e exclusão é tratado é muito honesta, mais ou mesmo tempo muito delicada e atual, a questão das cotas é muito pertinente e abriu um novo campo para o preconceito e o racismo que devemos mostrar como forma de combate-lo, coisa que o filme consegue com muita sensibilidade e sem tantos estereótipos. Maurício é um rapaz que todos nós podemos nos conectar, cheio de sonhos como todo o jovem, e que sofre muito mais pela cor da pele que tem e que a conexão com o corpo do homem negro nas aulas de anatomia nos chama a atenção a todo instante e até quando?
Além desse lado questionador o filme toca em questões universais sobre sentimentos e relacionamentos coisas que o jovem negro também tem que lidar, mas novamente de uma forma muito honesta e muito próxima da realidade.
O filme estreará em 3 de dezembro de 2020 nos cinemas brasileiros .
Nota: 3,5 / 5,0